Fonte: http://seculodiario.com.br/

Livia Francez

17/11/2014 15:38 - Atualizado em 17/11/2014 16:22

Os enfermeiros da rede particular realizaram, na manhã desta segunda-feira (17), um protesto na rodovia BR-262. A manifestação foi uma das ações da greve da categoria, deflagrada na última quinta-feira (11), em busca de reajuste salarial e melhores condições de trabalho para os profissionais.
 
Além da manifestação, os enfermeiros, representados pelo Sindicato dos Enfermeiros no Estado (Sindienfermeiros-ES), participam de uma assembleia ainda nesta segunda-feira para definir os rumos da greve.
 
O Sindienfermeiros alega que este é o segundo ano consecutivo em que a negociação com os trabalhadores é protelada. Além disso, os enfermeiros não aceitaram a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de acatar recursos dos empresários e extinguir o dissídio coletivo da categoria.
 
A entidade alega que a remuneração dos enfermeiros da rede privada do Estado não condiz com a escolaridade e com a carga de trabalho dos profissionais. Os trabalhadores recebem R$ 89 por dia trabalhado, valor considerado imoral para uma categoria com tamanha relevância social. O valor se torna ainda mais irrisório diante do faturamento das operadoras de saúde que gira em torno de R$ 90 bilhões.
 
Os profissionais também reclamam de sobrecarga de trabalho; baixa qualidade da assistência de enfermagem, que expõe os pacientes a risco; e a exigência de trabalhadores polivalentes e com competências ampliadas, mesmo com remuneração baixa.
 
De acordo com o sindicato a realidade da categoria atualmente é de falta de reajustes – enquanto a inflação chegou em 7%, os empregadores oferecem 3% de reajuste; jornada de mais do que 44 horas semanais; horas extras negligenciadas pelo empregador; ameaças constantes de demissão. Na entidade ressalta que a rotatividade de enfermeiros nos serviços de saúde é alarmante.
 
Não há plano de carreira, plano de saúde, cartão alimentação, seguro de vida; participação nos resultados; recebe-se a insalubridade sobre o salário mínimo; equipes de enfermagem estão desfalcadas nos serviços de saúde, o que gera sobrecarga e põe em risco o paciente.