Manifestação de profissionais da saúde em Vitória

Fonte: http://gazetaonline.globo.com

Sobre a decisão judicial que decretou a ilegalidade da greve, o Sindicato do Enfermeiros informou que ainda não foi notificado. Os manifestantes contaram que foram orientados a ir para as Unidades de Saúde no início da manhã e depois seguiram para frente da prefeitura.
 
Por conta do protestos, os motoristas que seguem para o Centro de Vitória e para Praia do Suá encontram grande lentidão no trânsito, pois apenas uma faixa foi liberada nos dois sentidos.
 
Manifestação começou na segunda-feira
 
Quem buscou atendimento nas unidades de saúde de Vitória, na manhã desta segunda-feira (29), teve dificuldades. Os profissionais da área da saúde deflagraram greve e paralisaram os serviços nos postos. Somente 30% do quadro de servidores se manteve em atividade. Entre os servidores que entraram em greve estão enfermeiros, psicólogos, dentistas e atendentes. As categorias pedem reajuste salarial de 12% e reclamam que vários materiais básicos, como sabonete, têm faltado nas unidades.

O autônomo Eraldo Alves foi levar a sobrinha, que estava com dor de ouvido, para uma consulta no posto de saúde de Itararé. Sem atendimento, se dirigiu ao Pronto-Atendimento da Praia do Suá, onde o funcionamento era parcial. “Fomos no posto de saúde, mas não tinha atendimento, vim buscar aqui, mas também demorou. É complicada essa situação”, disse à Rádio CBN Vitória.

A professora aposentada Tânia Mara Costa também foi buscar atendimento para a filha e não conseguiu em um posto de saúde da capital, no entanto, ela defende o direito de greve dos trabalhadores. “Eles estão no direito de fazer essa greve. A população fica no meio disso, mas tem que ter paciência. Minha filha está com dengue e tem se consultado diariamente, por isso, fui ao PA, já que o posto está fechado”, contou.

Condições de trabalho

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindienfermeiros-ES), a paralisação acontece por uma série de fatores. Eles reclamam que faltam condições básicas de trabalho e até materiais de primeira necessidade na atividade que é exercida. Sabonetes, papéis higiênicos e copos descartáveis, por exemplo, são alguns destes materiais que estão em falta, segundo a presidente do sindicato, Andressa Barcelos.

“Falta uma série de materiais básicos para a gente trabalhar. A população já é prejudicada com isso todos os dias, não com essa paralisação. A prefeitura também não tem dialogado com a gente, por isso a população precisa se conscientizar”, declarou à CBN.

Segundo o sindicato, a greve é por tempo indeterminado. A Prefeitura de Vitória informou que a atual crise econômica inviabiliza um aumento, mas mantém permanente canal de diálogo e negociação com a categoria. Entretanto, informou que enfrenta a maior queda na receita de sua história, o que já começa a atingir os limites do gasto com pessoal estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em 2014 a Prefeitura concedeu três reajustes de vencimentos para todos os cargos: janeiro 3%, maio 4% e setembro 2%. Além disso, instituiu o vale alimentação para todos os servidores. A Prefeitura esclarece ainda que em 2015, enquanto a receita corrente líquida (RCL) deve recuar 3,6%, a despesa com pessoal deve aumentar em 6,9%.