Fonte: http://seculodiario.com.br

Livia Francez

10/11/2014 15:36 - Atualizado em 10/11/2014 15:46

 

Os enfermeiros da rede particular vão entrar em greve a partir desta terça-feira (11) por conta da não negociação da convenção coletiva da categoria. De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros no Estado (Sindienfermeiros-ES), a data-base dos profissionais é no dia 1 de outubro, mas até o momento não houve qualquer sinalização de negociação. 
 
A entidade garante o quantitativo de 30% de profissionais e o atendimento às necessidades inadiáveis da população. A cada dia, a partir desta terça-feira, a paralisação vai ser realizada em um hospital privado diferente a ser definido pelo comando de greve. 
 
O Sindienfermeiros alega que este é o segundo ano consecutivo em que a negociação com os trabalhadores é protelada. Além disso, os enfermeiros não aceitaram a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de acatar recursos dos empresários e extinguir o dissídio coletivo da categoria. 
 
A entidade alega que a remuneração dos enfermeiros da rede privada do Estado não condiz com a escolaridade e com a carga de trabalho dos profissionais. Os trabalhadores recebem R$ 89 por dia trabalhado, valor considerado imoral para uma categoria com tamanha relevância social. O valor se torna ainda mais irrisório diante do faturamento das operadoras de saúde que gira em torno de R$ 90 bilhões. 
 
Os profissionais também reclamam de sobrecarga de trabalho; baixa qualidade da assistência de enfermagem, que expõe os pacientes a risco; e a exigência de trabalhadores polivalentes e com competências ampliadas, mesmo com remuneração baixa. 
 
De acordo com o sindicato a realidade da categoria atualmente é de falta de reajustes – enquanto a inflação chegou em 7%, os empregadores oferecem 3% de reajuste; jornada de mais do que 44 horas semanais; horas extras negligenciadas pelo empregador; ameaças constantes de demissão. Na entidade ressalta que a rotatividade de enfermeiros nos serviços de saúde é alarmante.
 
Não há plano de carreira, plano de saúde, cartão alimentação, seguro de vida; participação nos resultados; recebe-se a insalubridade sobre o salário mínimo; equipes de enfermagem estão desfalcadas nos serviços de saúde, o que gera sobrecarga e põe em risco o paciente.