Fonte: http://www.eshoje.jor.br/

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem iniciaram na manhã desta terça-feira (11), a paralisação dos serviços prestados aos hospitais da rede privada de saúde. A categoria está reunida na Avenida Marcos de Azevedo, em frente a ladeira de acesso ao Hospital Santa Casa de Misericórdia, na Vila Rubim, Centro de Vitória. No local, eles fazem protesto para chamar a atenção da população a respeito da desvalorização dos profissionais da área da saúde.


Segundo a presidente do Sindicato dos Enfermeiros (Sindienfermeiros-ES), Andressa Barcellos, desde 2005 a categoria não recebe reajustes e/ou recebe abaixo da inflação. Além disso, os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem não possuem plano de saúde, ticket alimentação e nem seguro de vida.

“Iniciamos a greve hoje, temos cerca de três mil profissionais da rede privada de saúde, mas estamos tendo dificuldade na adesão devido as ameaças de demissão feitas aos enfermeiros. Os empregadores se recusam a negociar, a rever as reivindicações, temos um acumulado de 58,75% de reajustes por esses últimos anos, mas estamos pedindo 15% de reajuste salarial. A inflação está chegando a 7% e eles oferecem apenas 3%, estamos sendo explorados nos postos de trabalho”, afirmou a presidente do Sindienfermeiros-ES.

Barcellos informou ainda que a categoria está cumprindo a lei de greve, mantendo 30% dos funcionários em operação. “Estamos fechando e abrindo, liberando o trânsito aos poucos, policiais militares e agentes da Guarda Municipal de Vitória estão aqui nos auxiliando. A nossa categoria está sendo desvalorizada e isso infere diretamente nos atendimentos aos pacientes internados. Só aqui na Santa Casa, tem uma enfermaria com 33 pacientes, mas apenas um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem para atendê-los, isso é o dia a dia dos profissionais que são sobrecarregados pelo déficit de pessoal. Dessa forma, não existe qualidade para os profissionais e nem para os pacientes”, declarou Barcellos.

De acordo com a presidente do sindicato, em julho deste ano, a pauta de reivindicação foi entregue ao Sindicato Patronal, mas o Sindienfermeiros-ES só recebeu uma contra proposta no dia 9 de setembro. Andressa Barcellos contou ainda que a resposta dos empregadores foi negativa, oferecendo 3% de reajuste e ainda diminuindo o valor pago na hora extra, que atualmente é de 60% para 50%.

“Em todos os hospitais estamos sendo explorados, temos profissionais trabalhando entre 150 a 220 horas por mês, é um setor que não valoriza o profissional qualificado. Nossa data base é no dia 1° de outubro e até agora não tivemos o reajuste do ano”, frisou Barcellos.
 
O Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do ES (SindhES), informou que irá se pronunciar no final da tarde desta terça.

Protesto
Cerca de 40 profissionais estão interrompendo o trânsito no centro da capital. Os enfermeiros devem continuar interrompendo via até às 16h, desta terça. Após esse horário, a comissão de greve se reunirá para decidir qual será o estabelecimento hospitalar privado que receberá os manifestantes nesta quarta-feira (12).

A Guarda Municipal de Vitória informou que o trânsito está parado na região no Parque Moscoso e Palácio Anchieta, no Centro. Mas uma esquipe de agentes está no local da paralisação para auxiliar o fluxo de veículos.